16 de março de 2007

Poesia


LÁGRIMA NUM OCEANO

O prodígio da origem,
Belo de qualquer estreia
Sagrada presença de quem devaneia
Navegando afinal sem margem

Indagação, pesquisa, procura,
Quero o Mundo e o Universo
Sinónimos de sapiência e cultura
A paixão, o amor e o perverso

Amarrado à vida de cigano
Madurado de tanta porfia
Com a ciência de um dia
Ser uma lágrima num oceano

Gasta, usada, raspada à traição
Vendidos sonhos me arrastam,
Carregando o tempo que escasseia
Por entre os dedos da mão.

Definham os meus órgãos,
Pó e terra como alimento,
Humidades e bolores agoniam
com raiva as ossadas ao vento,
Só me resta o caixão

Desisto…
A morte não olha para trás

Gaspas, Aveiro 2007

104-massive_attack...

6 comentários:

Anónimo disse...

ola pessoal, estou de volta, para vos comunicar que esta encontrado o novo fernando pessoa!!!

beautiful disse...

o sonata anda virado para a alma!? ainda bem .Porque escreve mto bem!Muito denso este poema.

Rui Guerra disse...

explora mais esta tua vocação, amigo gaspas.
parabéns, está sentido

Gaspas disse...

obrigado caros amigos

Anónimo disse...

Gaspas: Desta vez escolheste uma temática mórbida,um sentimento de desespero pela vida e ,também,pelo receio da morte,comtemplado pelo insensível tempo,que passa vaidoso e imperial todos os dias.A angústia é só o mais radical de todas as nossas emoções!
Mas, gostei.Parabéns!

Anónimo disse...

... alem do mais nao te podes esqueçer ..."eu sou o todo!!!"