Nas minhas viagens de regresso a casa depois do trabalho, normalmente ouço o «Jazz com Brancas» do José Duarte na Ant2, mas desta vez, após um zapping radiofónico, deparei-me com uma entrevista na TSF a Toot's Thielemans, no programa «Pessoal e ... Transmissível» de Carlos Vaz Marques.
Jean Toot's Thielemans tendo começado a sua carreira como guitarrista, foi responsável por introduzir a harmónica no Jazz. Em 1952 mudou-se para os EUA , onde foi membro do "Charlie Parker's All Stars". Tocou e gravou com nomes como Ella Fitzgerald, The George Shearing Quintet, Quincy Jones, Bill Evans, Paul Simon, Billy Joel, Astrud Gilberto, Elis Regina, Sivuca entre tantos outros.
Entre muitas encantadoras histórias, Toot’s contou que, um dia em Filadélfia, quando fazia parte da orquestra «Charlie Parker's All Stars», era habitual os músicos reunirem 10 minutos antes do concerto no camarim de Bird (C. Parker).
Entre muitas encantadoras histórias, Toot’s contou que, um dia em Filadélfia, quando fazia parte da orquestra «Charlie Parker's All Stars», era habitual os músicos reunirem 10 minutos antes do concerto no camarim de Bird (C. Parker).
Entre os All Stars encontrava-se Miles Davis, que num desses concertos se virou para Toots e disse-lhe:
- Toot’s, touch my skin.
Sem perceber o que Miles pretendia, fez o que ele lhe pedia.
- It’s soft, isn’t it? Continuou Miles
- Yes Miles It’s very soft. Respondeu Toot’s
Miles rindo-se, virou-se para os outros músicos e disse:
- He’s really Caucasian isn't it (Toot’s era o único músico branco de toda a orquestra)
Toot’s respondeu:
- No Miles, I’m from Belgium, i'm not caucasian, I’m not Russian…
Gargalhada geral de todos os presentes, menos de Parker que se virou para Miles e disse:
- Leave my boy alone!
Toot’s conta que naquela altura era protegido de Parker, amigo não, seria uma ousadia dizer-se amigo de tamanho génio.
Ao ser questionado pelo CVM acerca das suas improvisações, capaz de dar um toque de alegria a melodias tristes e melancólicas, Toot’s disse uma das mais belas frases que ultimamente ouvi – “entre um sorriso e uma lágrima é a casa de Toot's”.
- Toot’s, touch my skin.
Sem perceber o que Miles pretendia, fez o que ele lhe pedia.
- It’s soft, isn’t it? Continuou Miles
- Yes Miles It’s very soft. Respondeu Toot’s
Miles rindo-se, virou-se para os outros músicos e disse:
- He’s really Caucasian isn't it (Toot’s era o único músico branco de toda a orquestra)
Toot’s respondeu:
- No Miles, I’m from Belgium, i'm not caucasian, I’m not Russian…
Gargalhada geral de todos os presentes, menos de Parker que se virou para Miles e disse:
- Leave my boy alone!
Toot’s conta que naquela altura era protegido de Parker, amigo não, seria uma ousadia dizer-se amigo de tamanho génio.
Ao ser questionado pelo CVM acerca das suas improvisações, capaz de dar um toque de alegria a melodias tristes e melancólicas, Toot’s disse uma das mais belas frases que ultimamente ouvi – “entre um sorriso e uma lágrima é a casa de Toot's”.
Quem quiser ver e ouvir Toot’s Thielemans pode viajar até ao Brasil onde ele vai actuar com os seguintes músicos:
Karel Boehlee: piano
Bart De Nolf: contrabaixo
Bruno Castellucci: bateria
special guest: Oscar Castro-Neves: guitarra
Amanhã em S. Paulo no Teatro Cultura Artística às 21 horas e 4ª Feira (3 de Out) no Rio de Janeiro no famoso Canecão (Botafogo) pelas 21 horas.
Toca a fazer as malas!
5 comentários:
bom apontamento!
curioso, sempre pensei que este fulano fosse negro, provavelmente associando o seu nome aos restantes que mencionaste.
Vamo lá??
Este Totts, génio da gaita de beiços, já passou por cá e eu tive o previlégio de o OUVER.
RG
O nome completo é Jean-Baptiste Frédéric Isidor "Toots" Thielemans.
assim não engana!!
of...
Sem dúvida um privilégio!
Gaspas,
Que belo postoots!
O que mais acho interessante no músico, para além da sua sonoridade e fraseado únicos, é a forma como ele elevou o seu instrumento no jazz, não sendo um instrumento típico do estilo, longe disso.
Com bossa nova, então, é perfeito.
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