27 de outubro de 2007

E Se Pensássemos?

As pelejas dos estadistas

A frivolidade de um altear de mão, numa qualquer assembleia, parlamento ou senado, capaz de sentenciar milhares de homens, mulheres e crianças à morte. E após hediondo feito vão todos almoçar, disputar as últimas novidades da indústria automóvel, dar umas boas gargalhadas enquanto bebem um digestivo e fumam um charuto.

Faz-me lembrar um poema de um amigo que dizia o seguinte:

E se houvesse uma guerra e ninguém fosse?
Ou se d’armas na mão ninguém disparasse?
E se pensássemos! Por instantes que fosse!
E na treta dos líderes ninguém embarcasse?

E se mesmo intimados os homens recusassem?
Ou se ameaçados corajosamente desdenhassem?
Nos campos de batalha com bravura desertassem?
E mandássemos os políticos. Que lutassem
!



“Se Pensássemos” – João Matos


E se pensássemos? ...

5 comentários:

Rui Guerra disse...

houve na história mundial, políticos que fizeram isso. foram para a frente da guerra como soldados banais, empunhando os seus ideias à frente de outros, para dar o exemplo.
isso deu-se a meio do século XX...
esses "bravos" eram os fascistas italianos e os falangistas espanhóis.
para contrariar essa tendência WC em Inglaterra mobilizou toda a gente para combater esses "idiotas" e a bem da liberdade, venceu.

Gaspas disse...

RG
Não percebeste a intenção. A ideia não é essa, mas sim precisamente a inversa. A ideia não é colocar os dirigentes à frente dos batalhões, mas sim não haver guerras. As guerras de hoje não são por ideais de conquista ou por convicções de sociedades melhores. São sim por interesses económicos ou estratégico-políticos, mas sempre com o dinheiro como principal catalizador. Esses badamerdas dos políticos engravatados que do conforto do seu lar assistem pela televisão aos massacres impostos pelas suas decisões, esses sim, se gostam de brincar às guerras, deviam lutar entre si sem arrastar os outros, e que se fodessem todos. A história serve para isso mesmo - aprender
As conquistas e as vitórias de hoje deviam começar por acabar com a fome, pobreza, desigualdades, direitos humanos, e não me lixem, porque através dos massacres, das bombas, da morte de inocentes, esses objectivos nunca, mas nunca poderão ser alcançados.
E mais o WC também era um bom "idiota", talvez necessário no contexto da altura, mas não mais do que isso.

Rui Guerra disse...

o melhor é implodirmos o mundo? ou exterminarmos a raça humana?

rb disse...

"o WC também era um bom "idiota""

E fumava charutos e bebia whisky que se fartava ...

ofthewood disse...

Algumas guerras são feitas em nome de ideiais. Ideias que depois perduram em nome da civilização. Desde logo a primeira, a Revolução Francesa.
As outras, ancestrais, desde as tomadas do império romano até às cruzadas, são símbolos de tomada de poder, nas suas vertentes mais imediatas. As verdadeiras guerras de libertação, das civilizações e dos Homens, acabam sempre por ser subjugadas ao poder político. Até um dia...
Ninguém melhor do que Kubrick, na sua Odisseia, sintetizou a guerra e a tomada de poder, nas suas vertentes históricas, desde o Hommo Sapiens até ao Homem contemporaneo, de forma tão crua e tão verdadeira.
E fica a questão: será que a guerra é mesmo o mal menor??? Por mim acho que, todas as guerras, determinadas pelo poder, seja ele político, religioso ou económico, nos dias de hoje, são a justificação para o contínuo domínio dos fortes pelos cada vez mais fracos.